-- Os quadrinhos hoje são uma forma de arte que virou meio Pop!, é o que afirma o professor da USP-ECA Paulo Ramos, estudioso do tema, em uma entrevista ao programa “Entrelinhas” da TV Cultura paulista onde, recentemente, se discutiu as relações entre as Histórias em quadrinhos (ou HQs) e a literatura.
Cada vez mais populares, as HQs tal qual as conhecemos existem desde o final do século XIX e já conquistaram espaço em concursos literários de prestígio nacional e mundial. No Brasil, as primeiras HQs datam da primeira metade do século XX e só a partir dos anos 1990 é que, oficialmente, passaram a ser leitura recomendada nas escolas, já que pesquisas científicas constataram que os alunos que lêem quadrinhos apresentam melhor desempenho escolar.
As HQs são consideradas um gênero textual híbrido e autônomo. Caracterizam-se por uma articulação própria de elementos que também aparecem na literatura, nas artes plásticas e no cinema.
Combinando desenho e texto na forma de “quadrinhos” (espaços delimitados onde esses dois elementos estão intrinsicamente “enquadrados”), as HQs geralmente agradam à maioria de nossos alunos e têm a vantagem de já fazer parte de seu repertório de leitura fora da escola. Por que, então, não estudá-las e utilizá-las no processo de ensino e de aprendizagem das diversas disciplinas escolares?
Ao permitirem abordar com os alunos a noção de “narrativa complexa”, as HQs mobilizam atividades ligadas às capacidades de percepção (inclusive estética), de decodificação de símbolos e de integração e organização de informações, tão importantes para o processo geral de letramento e... tão difíceis de serem integradas às atividades hodiernas de nossas salas de aula.
Esse apoio das HQs ao tratamento de temas escolares propicia um processo de ensino e de aprendizagem lúdico, que, geralmente, mobiliza a capacidade criativa de nossos alunos e pode facilitar no efetivo aprendizado não só de noções, habilidades e competências como também de saberes.
Várias ferramentas da Informática existem para auxiliar na criação de HQs, sendo as mais básicas o próprio editor de textos, auxiliado por editores de desenho, de imagem e programas de acesso à Internet que normalmente vêm incluídos nos sistemas operacionais dos computadores.
Na oficina a ser realizada nos três turnos do dia 05/06/2009 a equipe do NTE-Belém, escolheu trabalhar com o programa HagáQuê, um editor de histórias em quadrinhos elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, recomendado pelo MEC em suas formações.
Ao possibilitar a criação própria de HQs utilizando o computador, o HagáQuê pode favorecer a inclusão digital por meio do letramento digital da comunidade escolar.
Esperamos, sinceramente, que a fase de “alfabetização digital” (à qual corresponde mais precisamente o conteúdo desta oficina), seja seguida por outras onde a efetiva integração dos recursos e das possibilidades criativas do programa HagáQuê enseje projetos de ensino e de aprendizagem que contribuam para a melhoria dos índices educacionais em nossas escolas e, quem sabe, propiciem a eclosão de muitos talentos até agora adormecidos!
Assista a dois vídeos especialmente selecionados para esta Oficina:
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