quarta-feira, 3 de setembro de 2008

ANÁLISE do PROJETO MÚSICA URBANA

O texto abaixo é a análise feita pela Profa. Marlene Onofre Magalhães, da “E.E.E.M. Profº Orlando Bitar, do texto "Jovens, música e Internet", de Daniela Bertocchi Seawright, que foi trabalhado na Oficina: Projeto de Intercâmbio Mediado pro Computadores.

PROJETO MÚSICA URBANA - ANÁLISE

Professora: Marlene Onofre Magalhães (da “E.E.E.M. Profº Orlando Bitar”)

É um projeto de intercâmbio entre escolas do Brasil e de Portugal, mediados pelo computador. Um projeto proposto pela professora Daniele Bertocchi Seawright, uma paulista, com vontade e jeito pedagógico, alçou vôo, rompeu fronteiras, desafiou “mares nunca dantes navegados”, em busca de novos saberes através da música. Nessa troca de informações participaram os alunos da Escola Estadual Dr. Américo Brasiliense de Santo André em São Paulo e da Escola Profissional Profitecia de Barcelos, do outro lado do Atlântico, em Portugal.

As composições trabalhadas, por sinal, muito bem escolhidas. A música brasileira “Não é Sério” da banda “Charlie Brown” retrata com exatidão o sentimento dos jovens de hoje ao serem julgados pelos adultos, pela mídia, pela polícia sem que ninguém dê importância para suas existências, muito menos, levar a sério suas filosofia, os seus sonhos e como diz a letra “ só faz destruir a esperança”. O tom da letra do começo ao fim vem carregado de um desabafo dessa juventude, a começar pelo título “Não é Sério”. Um desabafo carregado de dor, de ressentimento, de melancolia e de perda de identidade. A música portuguesa “Educação (É Liberdade)” vem do grupo de hip hop da Weasel, com ela, os alunos lusitanos interagem com alunos brasileiros. Através da composição, os jovens da terra de Cabral procuram mostrar que ainda há esperanças para resgatarem a identidade dessa juventude, pois o mundo de hoje é árduo, não há duvida, o espaço de cada um tem quer ser conquistado,por isso os jovens não têm que “baixar a cabeça” e, sim, “ir a luta”, assim diz a música “Talvez daí tires uma lição/ Sobre o que se passa nesse mundo cão”. Afinal, toda conquista traz em si um aprendizado, um amadurecimento e essa geração retratada nos dois textos musicais padece da mesma angústia e sentimento de perda, fato este é comum em qualquer lugar do planeta.

Esse projeto começou em setembro de 2002, e o intercâmbio durou 40 dias. Nesse período, a professora teve o cuidado de selecionar a música, treinar grupos de alunos para produzirem textos dissertativos argumentativos, para depois partirem para análise e interpretação da música e finalizarem com as ações do intercâmbio via computador.

Vários objetivos foram envolvidos e nenhum deles alterou a pedagogia da professora e nem por isso negligenciou o currículo, entre eles podemos mencionar: motivar aos participantes a pesquisa via internet; aprender a trabalhar em grupo; estimular o grupo de alunos a participar de projetos de intercâmbio; produzir textos argumentativos dissertativos. Nisso tudo, o que ficou perceptível foi, a inexistência de fronteiras e de distâncias entre continentes para se comunicar no mundo informatizado, mesmo quando envolve interesses pedagógicos.

No decorrer da oficina, a professora de Língua Portuguesa aproveitou para trabalhar a inclusão digital, além de trabalhar produção de texto, uma vez que os alunos teriam que acessar internet para pesquisar e escolher uma música apropriada. Na etapa seguinte, discutir com o grupo o texto selecionado. Em seguida, registrar o resultado dessa discussão para iniciar a parte prática de intercâmbio através da internet.

Nota-se que trabalhos dessa natureza, contemplam as disciplinas envolvidas, das quais participaram: Língua Portuguesa, Artes e Geografia. Ao mesmo tempo, satisfazem professores e alunos, além de inserir ambos no mundo digital. O aluno aprende, vivencia situações desafiadoras e cresce enquanto pessoa, cidadão. O professor também, parodiando a máxima “é um eterno aprendiz”.

O conteúdo curricular não é deixado de lado, apenas é enriquecido com situações e realidades novas. O que antes parecia uma tarefa impossível de se concretizar, agora, é um fato. Durante o processo de realização, as dificuldades foram sendo rompidas à medida que elas iam sendo trabalhadas pela professora . A dificuldade de escrever, por exemplo, só foi solucionada com bastante treino. Intercâmbio só se faz, conhecendo os recursos que o computador oferece, portanto tudo isso foi feito em sala de aula e na sala de informática. Daí, o resultado final, todos os idealizadores do projeto satisfeitos porque as condições criadas favoreceram o processo de ensino-aprendizagem.

Finalmente, pode-se afirmar que os dois textos são poéticos, ricos de informações. O primeiro, embora use uma linguagem mais descontraída, eivada de gírias, porém grandioso em símbolos lingüísticos. O outro, traz uma linguagem mais cuidada, precisa, que é a linguagem de prestigio dos lusitanos. Portanto, ambos exerceram os mesmos papéis e de forma coletiva, trocaram conhecimentos através da linguagem e executaram o mais importante, a comunicação. Isto é projeto de intercâmbio mediado pelo computador.

Um comentário:

Rz disse...

Cara Profa. Marlene Onofre Magalhães,
Gostei muito de seu texto! Soube, com maestria, introduzir em seu comentário sobre o projeto dos grupos de alunos e professores de Santo André e Barcelos, elemntos que a equipe do NTE procurou mostrar serem relevantes na elaboração de um Projeto de Intercâmbio mediado por computador.
Mais uma vez, parabéns! Contamos sempre com a sua colaboração!
Rosistela OLIVEIRA (NTE-Belém)